Capitulo 6

E na manhã seguinte, cheguei na escola me sentindo bem mais leve que os dias anteriores. Cumprimentei meus amigos, sentei com eles no pátio. Logo selena se aproximou.

-Quero falar com você._Disse parando á minha frente com uma expressão seria.

-Sobre o que?

-Sobre o que?_Ela soltou um riso sem graça._Você não fala mais comigo direito, não me liga, não manda mensagem.. O que ta acontecendo?

-Me desculpa, Talvez._Disse procurando o que dizer_

-Aquela garota anda roubando muito seu tempo? Ela colocou á coleira no seu pescoço?_Pude ouvir risadinhas dos meus amigos atrás de mim e minha expressão ficou seria._

-Ninguém coloca Coleira nenhuma em mim. Não sou de ninguém. Ninguém tem o direito de me cobrar nada.

-Inclusive eu?

-Inclusive você. Não coloquei uma aliança no seu dedo e nem jurei ser fiel, apenas disse que pegaria você, peguei.

-Você não pode me tratar assim.. Não se ache muito, estamos no mesmo nível. Você não vai me dispensar._Disse sem deixar a pose de durona e saiu pisando firme. Eu ri negando.

-Ela é uma gata, mas é maluca. Se liga, cara._Nós rimos.

-Você não vai me dispensar.._Disse repetindo com sarcasmo as palavras que ouvi á pouco_Quem ela pensa que é?

-Ela tá se achando única demais._Greg disse levantando_Vou indo gente._Ele cumprimentou todos e saiu. Despedi-me dos outros e fui até para sala de aula. Sentei-me no meu lugar e esperei o professor, foda-se o professor, ela estava passando pela porta e sorriu pra mim. Sorri de volta enquanto ela sentava ao meu lado. Minutos depois o professor entrou na sala e iniciou sua aula, eu só queria que acabasse e quando finalmente acabou, senti um alivio.

-Escreveu uma nova música?_Ela perguntou assim que o professor se retirou da sala, provavelmente ela percebeu meu olhar sobre ela durante quase toda á aula.

-Não, ainda não.

-Então devia pelo menos disfarçar o jeito como fica me olhando, sei não hein.._Ela riu vendo minha expressão.. Um tanto envergonhado. Sorri de lado.

-Queria só saber o que vai fazer hoje depois das aulas..

-Nada de interessante, eu acho.

-Eu também não. Não quer fazer algo comigo?

-Algo com você?_Ela me olhou seria. Foi minha vez de rir.

-Tomar um sorvete, te mostrar como andam as músicas que estou compondo. Estou tão envolvido nesse projeto.

-Tem muitas músicas? Como andam?_Ela mostrou interesse.

-Eu digo se aceitar tomar um sorvete, eu não costumo pagar sorvete pra nenhuma garota, mas é melhor aceitar. Vou pagar pra você. É seu dia de sorte._Disse fingindo uma certa superioridade. Ela riu negando com a cabeça.

-Eu não costumo sair com um desconhecido pra tomar sorvete._Fiz uma careta, fingindo estar ofendido.

-Sou um desconhecido? Me senti profundamente magoado.

-Até parece._Nós rimos.

-Vem comigo. Vai ser rápido._Fiz um bico que ela pareceu ter gostado, sorriu.

-Tudo bem garoto._ Sorri.

{...}

-Eu quero um sorvete de chocolate, por favor._Olhava enquanto ela fazia o pedido á moça a nossa frente. Sorri sem ela perceber. Era incrivelmente linda e podia ser tão menos rude quando queria, mesmo que essa meiguice toda não fosse relacionada á mim em quase nenhum momento, eu admirava. Me encanta seu jeito, que não tinha visto em uma garota se quer.

-Você?_A moça virou-se para mim.

-Um de chocolate também._Ela saiu anotando os pedidos.

-Então, cadê seu caderno de músicas? Quero ver.

-Eu não disse que te mostraria meu caderno de músicas. Disse que falaria sobre como elas estão indo._Ela revirou os olhos e sorriu quando pegou seu sorvete. Eu ainda a-olhava atento, ver ela se lambuzar com o sorvete ou fazer caras e bocas pelo gosto bom do sorvete me fazia sorrir. Seu encanto, sua voz.. Era inexplicável o quanto era linda á doce garota de olhos verdes.

-Não vai tomar o seu?_Perguntou. Sorri enquanto tomava um pouco de sorvete. Ela me olhou como á esperar uma reação.

-É bom._Disse apenas. Ela pareceu desapontada.

-Bom? Qual seu problema? É delicioso._Eu ri.

-Tem um problema.

-Qual?_Perguntou tomando mais de seu sorvete.

-Não gosto de sorvete._Disse sorrindo olhando as pessoas passarem pela janela, senti seu olhar em mim.

-Então porque está aqui?

-Por que você está aqui._Olhei para ela que mantinha seus olhos em mim também. Meus olhos pareciam querer gravar cada parte daquele rosto, ficava alternando os olhares entre seus olhos e seus lábios. Ela acompanhava meu olhar, ninguém disse nada.
Ergui meu braço sobre á mesa para tocar nas costas de sua mão que estava sobre á mesa, ao sentir meu toque era como se sofresse um pequeno choque, com cuidado ela retirou sua mão que a minha tocava carinhosamente. Pelo contrario, o toque de sua pele era macio. Seu cheiro era doce. Seu olhos eram uma grande atração para meus olhos e sua boca era uma tentação.. Senti o clima ficar estranho, apenas não queria deixar isso assim.

-Então eu vou trazer músicas novas em breve para minha maior fã. Pode deixar, eu te dou um autografo depois.. Agora não posso._Um silêncio se instalou até ela desfazê-ló com um riso que eu acompanhei.

-Você se acha mesmo. Estou aqui por compaixão._Disse terminando o sorvete.

-Admita que está encantada. Eu sou o garoto mais bonito que já viu._Ela me olhou por um instante e logo riu negando com a cabeça.

-Nem é tudo isso, Já vi melhores.

-Posso apostar que não e a propósito, Sou Justin._Ela sorriu.

-Sou Victoria._Ela estendeu á mão dando uma trégua a ironia comigo, beijei as costas de sua mão fazendo a mesma rir recolhendo a mão de volta_

-Prazer Victoria. Agora não sou mais um desconhecido. Podemos tomar sorvete sempre.

-Não é mais um desconhecido, em relação a segunda parte, Talvez._Fiz careta fazendo ela rir e me
fazer rir também.

-Então em vez de me ligar ou tentar pelo menos falar comigo, você tá aqui com mais uma?_Era selena. Ela estava parada bem ao meu lado. Meu sorriso sumiu._Eu não acredito, Justin. Está aqui com essa vadia._Ela olhou para victoria_  Você caiu na conversa dele também? Ele tá fazendo o jogo dele com você também? Ele já te levou pra cama?_Ouviu-se nada mais além do silêncio, talvez alguém esperando que eu dissesse algo, mas eu não sabia oque dizer..  Pela primeira vez sem palavras.

-Eu já disse que não sou você. Não sou mais uma, não tenho nada com ele.

-Todos estão vendo que você não tem nada com ele._Ela olhou em volta e sorriu com sarcasmo_Você é só mais uma vadia. Eu tentei abrir seu olhos garota, acredite, se apaixonar por ele não vai te fazer ser diferente. Ele me prometeu uma exclusividade também quando eu me apaixonei e olhe onde o-encontro. Com uma nova diversão.. Ele nunca vai mudar._Ouvi-lá dizer essas coisas estava me destruindo, eu sabia que ela estava certa, que eu não era o cara certo, mas ela não tem direito algum.. Mas as palavras sumiram.

-Se apaixonar?_Devolveu com um sorriso no mesmo nível._Você não me conhece, não pense que sou mais uma de suas amiguinhas Vadias.. Não. Ele não me levou pra cama e nem irá. Como eu já disse, não sou você. Não estou desesperada por uma companhia que só quer te usar. Você se submeteu á isso, eu que deveria sentir pena._Ela levantou e antes de sair me olhou. Não consegui encarar ela por muito tempo, seu olhar tinha decepção, é isso que eu faço, decepciono as pessoas. Ela colocou á mochila sobre o ombro._Vou deixar o "Casal" se entender._E saiu sem dizer mais nada. Suspirei. Selena me encarava.

-Você é um idiota. Se você soubesse o quanto eu senti sua falta, o quanto eu queria que você me ligasse.. Eu esperei. Mas não, você tava aqui com mais uma de suas diversões.. Pensei que era diferente comigo._Levantei e a-encarei.

-Já descobriu que não é? Então acabou. Pode ir. Eu não me importo._Disse cuspindo as palavras. A raiva de tê-lá ouvido falar mal de victoria me subiu á cabeça, estava fervendo em minhas veias. Lutei para me controlar.

-Está me dispensando? Eu já te disse que..

-Eu já disse que o que você diz não me importa.

-Vai correr atrás da vadia não é?

-Nunca mais se refira á ela dessa forma._a-olhei firme_ Como ela disse, eu afirmo. Ela não é igual você._Coloquei o dinheiro sobre a mesa, peguei a mochila e sai. Eu estava cansado de tratar mal ás pessoas, mas ela mereceu. Ela tratou mal á pessoa que menos desejo que se magoe no mundo, não me pergunte por que. Fui para casa. Tomei uma ducha relaxante. Peguei o pequeno caderno e comecei á escrever. As ideias surgiam de toda parte, dos acontecimentos de hoje, dos últimos dias. Do que minha vida vem se tornando nos últimos dias, uma percepção diferente passa pela minha cabeça agora, eu enxergo as coisas boas das pessoas, eu vejo algo além de mim e sinto coisas diferentes. Me sinto bem.. Mas hoje só queria ver alguém, só queria me certificar de ainda ter pelo menos sua amizade. Á música faltava muito para ser terminada, o sono me venceu.

{...}

No colégio cumprimentei rapidamente meus amigos e segui pra sala, havia chegado atrasado. Entrei e sentei no meu lugar. Victoria não me olhava, me ignorou todo tempo e todas as minhas tentativas de tentar falar com ela. No intervalo ela deu um jeito de me manter longe, eu não a-vi em nenhum momento. As aulas retornaram e ela ainda me ignorava. Eu não tinha como tentar falar algo. Na saída, tentei conversar e ela me ignorou. Saiu as pressas com sua amiga. Não tive chance, meus amigos me chamaram pra fazer alguma coisa, que eu inventei uma desculpa qualquer e fui pra casa.
Eu tinha conseguido seu número um dia desses, ás vezes ser popular tem seu lado bom. Ela iria atender, não conhece meu número. Eu falaria com ela. Depois de chamar umas cinco vezes, finalmente atendeu.

-Alô?_Ouvir sua vez me trouxe um arrepio bom. Um pouco de saudades.. Talvez.

-Victoria, sou eu, Justin._Disse de uma só vez. Um silêncio de pelo menos um minuto se formou.

-Como conseguiu meu número?_Sua voz saiu ríspida.

-Com alguém, mas isso não importa. Por favor, me deixa te falar.

-Falar oquê? Você não me deve satisfações. Nos conhecemos á uma semana, conversamos poucas vezes.. Não quero ouvir nada.

-Por favor.. Eu só queria te pedir um minuto.

-Um minuto pra quê? O que quer dizer?_Sua voz ainda estava com um certo desprezo.

-Eu queria te dizer que.._As palavras sumiram mais uma vez. Eu não formulava uma frase concreta, eu estava nervoso. O meu silêncio não passou despercebido por ela_Entendi oque você tem á dizer agora Justin, Obrigado por ligar._Tinha um sarcasmo na sua voz maior que o comum._Então ouça oque eu vou dizer agora, não me ligue mais. Vamos passar uma borracha nisso e esquecer que nos conhecemos uma vez e que eu cheguei a pensar que estava errada e você podia ser diferente, certo _Um certo choque percorreu meu corpo ao ouvir isso.. Um choque bom.

-Você realmente pensou isso?_Eu era um idiota. Ouvi seu longo suspiro.

-Pensei Justin, mas estava errada. Por favor, não me ligue mais._E desligou antes que eu pudesse falar algo. Olhei a tela do meu celular e tinha uma mensagem de Greg.

 "Cara esquece essa Bad e vem pra festa na casa da Janny. Tá foda aqui."

Apaguei a mensagem e suspirei pesadamente. Voltei a escrever no meu caderno, terminar minha música. Eu tinha milhares de motivos para termina-lá agora.

O dia seguinte, sexta-feira. Nas aulas, Victoria me ignorava ainda. Ela realmente fingia não me ver. Não parecia sentir á mínima falta. O dia foi longo, á noite. Eu coloquei meu violão dentro da capa e coloquei sobre o ombro e fui até á casa de Victoria. Toquei á campainha e logo uma Mulher veio me atender.

-Boa noite. Em que posso ajudar?

-Boa noite senhora. Eu queria falar com Victoria. Ela está?_Perguntei soprando as mãos. Estava uma noite fria.

-Sim. Quem gostaria de falar com ela?

-Justin.

-Certo. Irei chama-lá. Entre._Ela me deu espaço e eu entrei. Esperei parado na sala, olhando em volta. Minutos depois, victoria desceu sozinha. Não pude conter um sorriso quando a-vi tão linda mais uma vez. Ela estava seria. Á expressão de desprezo ainda estava ali.

-Oque você quer?_Disse ainda mantendo distância._

-Preciso falar com você. Por favor..

-Oque você quer?_Repetiu firme.

-Por favor. Não me trate assim. Será que você poderia confiar em mim mais uma vez? Quero te mostrar uma canção.

-Áh._Ela soltou uma leve risada sarcástica_Lá vem você com esse papo de "Mais uma canção". Sinto muito. Hoje não estou disposta. Se era só isso, você já pode ir.

-Como consegue ser tão fria?

-Convivi pouco com você, mas aprendi bastante._Devolveu com um sorriso sínico nos lábios de braços cruzado. Arqueei uma sobrancelha e caminhei até ela, seu sorriso estava sumindo á medida que me aproximava. Seu corpo começava responder ao meu. Fiquei perto o suficiente, mas sem toca-lá. Podia-se ouvir ás respirações aceleradas, os álitos quentes esbarrando um no outro, As mãos trêmulas, Os corpos em chamas.. Eu não podia esperar mais. A-puxei pela cintura e coloquei nossos corpos, grudei nossos lábios que esperavam por isso desde que a viu pela primeira vez. Ela não tinha reação, mas senti seus lábios pressionarem os meus instantes depois. Ela estava correspondendo. Levei uma das mãos até sua nuca, puxando-a ainda mais pra mim. Nossas linguas travaram uma guerra pra ver quem era mais rápida, Uma sensação íncrivel. Quando nossos lábios se desgrudaram, eu a-olhei. Ela tinha os olhos fechados, Os punhos fechados com os braços ainda abraçando meus ombros, Mantive uma mão em sua cintura, subi á mão livre para acariciar seus cabelos, foi aí que veio á surpresa. Ela me empurrou forte, seus olhos verdes agora me encarando. Eu não entendi.

-Oque houve?

-Oque houve? Me deixa em paz seu idiota. Eu não acredito que você me beijou, eu não acredito que quis isso o tempo todo.. Só isso.. Era isso que queria._Seu olhos verdes agora tinha adotado uma expressão triste._Só quer me usar também, mas acredite, eu disse que não seria mais uma e não vou ser.. Isso nunca mais vai acontecer. Saia da minha casa.

-Me deixe te falar.. Não é bem assim.. Não era isso que eu queria, não era assim... Não... Desse jeito._Sussurrei ás últimas palavras. Ela me empurrou pelo peito para fora de sua casa, batendo a porta com força em seguida. Agora as coisas apareciam com mais clareza. Eu fiz merda e por isso vou perder á amizade da pessoa que mais queria perto de mim.